Presidente da CDE revela suas expectativas para os JDE 2018
General de Brigada André Luiz Ribeiro Campos Allão, Chefe do Centro de Capacitação Física do Exército/Fortaleza São João (CCEFEx/FSJ) e Presidente da Comissão de Desporto do Exército (CDE), concedeu entrevista para manifestar suas expectativas para os Jogos Desportivos do Exército (JDE) 2018. O General Allão destacou a importância deste evento e deixou sua mensagem para os cerca de 700 atletas, dos oito Comandos Militares de Área, e para os 450 militares empregados na força de trabalho. Para o General, os JDE é mais que um campeonato que incentiva os atletas, constituindo-se como grande confraternização da Força Terrestre.
Os JDE/2018 estavam inicialmente previstos para a cidade do Rio de Janeiro. Como a mudança de sede influenciou na organização dos Jogos Desportivos do Exército 2018?
A Intervenção Federal impediu a realização desses Jogos Desportivos do Exército (JDE) na cidade do Rio de Janeiro, como previsto em nosso planejamento. No início, foi um problema. Ficamos assustados e preocupados com os impactos de uma mudança de sede muito próxima a data do evento. Entretanto, o apoio do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), na pessoa do nosso comandante, General de Exército Mauro César Lourena Cid, possibilitou que recebêssemos o apoio do Comando Militar do Planalto (CMP) para a realização dos jogos. Dessa maneira, Brasília passou a ser a nossa sede para os JDE/2018, facilitando os trabalhos pela experiência dos militares que atuaram na organização dos JDE/2015 nesta mesma cidade e projetando um horizonte de excelentes resultados nesta edição.
Qual é a participação do CMP na organização dos JDE?
A organização dos JDE se divide em dois grandes comitês: operacional e executivo. A comissão operacional é conduzida pelo Comandante Militar do Planalto, tendo o General de Divisão Sérgio da Costa Negraes como coordenador, e tem a missão de prover toda a logística do evento: transporte, saúde, cerimonial, segurança, alimentação, hospedagem, comunicação social, entre outras. A comissão executiva é coordenada pela CDE, sendo a responsável pela parte técnica do evento.
Como será a atuação da Comissão de Desportos do Exército no evento?
A equipe da CDE atuará predominantemente no comitê executivo, coordenando os trabalhos dos Diretores de Prova na condução das competições propriamente ditas. O trabalho da CDE iniciou-se ainda no 1º semestre nos planejamentos, reconhecimentos e visitas de orientação técnicas para acompanhar a preparação das instalações esportivas. Cabe destacar, a participação dos alunos do Curso de Instrutor de Educação Física da Escola de Educação Física do Exército, que poderão consolidar a formação num evento de altíssimo nível. A equipe coordenada pela CDE possui vasta experiência no assunto, porque, faz isso em sua rotina, empregando o legado intelectual adquirido nos grandes eventos esportivos, como os Jogos Mundiais Militares/2011 e nos Jogos Olímpicos Rio/2016, nos eventos voltados para o Corpo de Tropa.
General, em suas palavras na cerimônia de abertura, o senhor destacou que o soldado e o atleta apresentam atributos da área afetiva comuns. O senhor poderia nos explicar no que consiste essa integração entre o militar e o desporto?
A história da Grécia Antiga relata a ocorrência dos famosos Jogos Gregos, que nada mais eram do que a representação da guerra nas competições esportivas. A história das grandes guerras descreve a necessidade de o combatente ser dotado de vigor físico, coragem, espírito de cooperação, espírito de sacrifício, camaradagem, entre outros atributos. Ao longo desta semana poderemos verificar que os melhores atletas precisarão demonstrar esses mesmos atributos para superar seus adversários nas disputas dos JDE. Dessa maneira, o Exército Brasileiro identifica o desporto militar como ferramenta importante para a formação do caráter militar, contribuindo com a operacionalidade da tropa por meio do desenvolvimento dos atributos da área afetiva do combatente. Cabe destacar, ainda, a importância de desenvolver a disciplina e respeito ao adversário nestes eventos. Traçando um paralelo entre o esporte e a guerra, o respeito ao adversário nas disputas esportivas projeta a necessidade de o soldado saber respeitar o inimigo em combate. Ao final das contas, uma tropa indisciplinada deixa de ser uma tropa de guerreiros e passa a ser um bando de pessoas armadas, fardados ou não.
Nesta edição ocorrerá a estreia do hipismo nos JDE, como ocorreu essa novidade?
Foi uma iniciativa do General de Divisão Jorge Antônio Smicelato, meu antecessor, achei a ideia fantástica. O Exército Brasileiro possui tradição secular na prática dos esportes equestres. Anualmente, a Escola de Equitação do Exército e as organizações militares promovem Campeonatos do Exército das modalidades equestres: salto, adestramento e concurso completo de equitação (CCE). A ideia de integrar o hipismo aos JDE surgiu da convicção de que esta modalidade apresenta a mesma eficácia dos demais esportes no tocante ao desenvolvimento de atributos da área afetiva no combatente, merecendo comungar o ambiente olímpico que desfrutaremos nesta semana.
Qual é o significado dos JDE para o Exército Brasileiro?
Os jogos são fundamentais porque é o momento que nos reunimos com todos os Comandos Militares de Área num mesmo local, com suas respectivas representações. Isso não aconteceria de não fossem os JDE. Neste sentido, a atividade transcende o aspecto competitivo e assume papel de integração para os nossos soldados. Esta semana será um momento de troca de conhecimentos e construção de novas amizades. Acreditamos que o soldado atleta será a estrela maior deste evento, que ao regressar às suas cidades multiplicará este ambiente de sã camaradagem que desfrutaremos nos jogos.
General, qual a mensagem o senhor quer gostaria de deixar para todos os participantes dos JDE/2018?
Gostaria de desejar boa sorte às representações dos Comandos Militares de Área, que todos possam apresentar suas melhores performances nas disputas e que os melhores sejam premiados com as primeiras colocações. Gostaria, ainda, que ao regressarem aos seus quartéis dos Corpos de Tropa difundam o pensamento de a tropa que não tem capacitação física adequada, que não atira bem e que não possui combatentes com atributos necessários ao combate, como: coragem, espírito de sacrifício, espírito de cooperação, camaradagem, moral e disciplina elevadas, todos que podem ser desenvolvidos pelo desporto e pela equitação, não irá arrancar o inimigo da trincheira e fazê-lo assinar o tratado de paz. O que eu quero dizer com isso? Todas essas qualidades são fundamentais para que o soldado esteja apto a cumprir qualquer missão.